Corrida
do Galo
do passado ao presente
Da tradição da corrida
do galo em Francelos, que se mantém até aos nossos dias, é
desconhecida a sua origem. Pelo que se sabe, na freguesia de Prado ela
apenas se realizava nesta escola. Mas, como o exemplar do "
Testamento que fez um Gallo " (Viana - 1872 ), era pertença de
António José
de Araújo, natural de Anais - Ponte
de Lima, tudo leva a crer que esta festa se efectuava em várias outras
localidades das redondezas mesmo no concelho de Vila Verde pois parece
que ainda hoje se mantém na escola de Aboim da Nóbrega. Desde que o
funcionamento das aulas se passou a fazer em casa doada ao Estado para
esse efeito pelo Sr. Francisco Lopes
Ferraz ( pai da professora D. Aurora que por isso ali colocada em
exercício ), no lugar de Francelos, a corrida do galo tinha lugar no
largo de S. Tiago que servia de recreio da escola. Nos primeiros tempos
fazia-se na tarde do chamado " Domingo Gordo " ( Domingo antes
da 3ª feira de Carnaval). O dinheiro para a compra do galo era angariado
por cada aluno, a parte feminina comprava uma galinha e quando restava
dinheiro compravam ovos. Enfeitavam um carrinho ( miniatura dos
tradicionais carros de bois ) com canas e mimosas para guardarem o galo.
Faziam uma " loca " no terreiro, onde metiam o galo, e
tapavam-na com o caniço de um carro de bois. O testamento do galo era
lido de cima de um sobreiro existente no largo e ao fim da leitura um
aluno com os olhos vendados e com uma espada tentava descobrir o lugar
da " loca ". Quando batesse com a espada no caniço este era
retirado e o galo pondo-se em fuga era perseguido por todos os alunos e
era apanhado por aquele que o conseguisse caçar. Esta corrida era
observada por muitas pessoas que se deslocavam propositadamente ao local
para assistirem. No fim da corrida o galo, a galinha e os ovos eram
metidos no carrinho e levados à casa da professora ( D. Aurora que
morava junto à ponte de Prado ) que como recompensa oferecia uns
rebuçados. Mais tarde quando passou a não ser uma única professora a
leccionar, a corrida passou a realizar-se na Sexta-feira antes do "
Domingo Gordo ", mas efectuava-se nos mesmos moldes. Os
alunos faziam cartolas de papel, os que pudessem iam vestidos de
camponeses e lavradeiras e as meninas levavam cestinhas com os ovos.
Cantavam-se e dançavam-se músicas regionais. Nos nossos dias ainda se
realiza a corrida do galo embora com algumas modificações.
Prfª Isabel Araújo,
1º CEB de Francelos - Vila de Prado
|